sábado, 3 de maio de 2014

A Rapariga Que Roubava Livros - Resenha

A Rapariga Que Roubava Livros
ou A Menina Que Roubava Livros


Sínopse: "Molching, um pequeno subúrbio de Munique, durante a Segunda Guerra Mundial. Na Rua Himmel as pessoas vivem um dia-a-dia penoso, sob o peso da suástica e dos bombardeamentos cada vez mais frequentes, mas não deixaram de sonhar. A morte, narradora omnipresente, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. Através do seu olhar intemporal, é-nos contada a história da pequena Liesel e dos seus pais adoptivos. Hans, o pintor acordeonista de olhos de prata, e Rosa, a mulher com cara de cartão amarrotado, do pequeno Ruby, cujo herói era o atleta negro Jesse Owen, e de Max, o pugilista judeu, que um dia veio esconder-se na cave da família Hubermann e que escreveu e ilustrou livros para oferecer à rapariga que roubava livros, sobre as páginas de Mein Kampf recuperadas com tinta branca, ou ainda a história da mulher que convidou Liesel a frequentar a sua biblioteca, enquanto os nazis queimavam livros proibidos em grandes fogueiras. Um livro sobre uma época em que as palavras eram desmedidamente importantes no seu poder de destruir ou de salvar. Um livro luminoso e leve como um poema, que se lê com deslumbramento e emoção."
Nome do Livro: A Rapariga Que Roubava Livros (ou) A Menina Que Roubava Livros
Nome do Autor: Markus Zusak
Editora: Editora Presença (3ª capa)
Número de Páginas:
Resenha:
Bem, quando comecei a ler este livro eu estava cheia de medo, porque normalmente quando muita gente lê um livro e diz que é bom, eu não gosto. Mas devo dizer que o livro me surpreendeu durante ele todo, especialmente o final. Se bem que o final me surpreendeu um pouco para a negativa. Quando a meio do livro a morte nos diz que uma certa pessoa vai morrer, deu-me um aperto no coração porque era a minha personagem preferida. Mas e as mortes no final? A morte devia de me ter preparado para aquilo pois eu acabei de ler o livro com um aperto no coração, logo a seguir fui assistir o filme e quase comecei a chorar na parte final. Na verdade estive a tarde toda a repetir a mesma frase, "porque é que tinha de acabar assim? Porque? Porque?".
Mas de resto o livro é apaixonante, daí os montes de frases, Liesel é uma rapariga super autêntica e espevitada que só nos faz querer conhecê-la melhor. Ruby é o tipo de rapaz em quem Liesel pode confiar, já para não falar da paixoneta fofa entre eles e do facto de o Ruby estar constantemente a pedir-lhe beijos. Hans, o "pai" de Liesel é uma personagem apaixonante, quase que podemos sentir através das páginas o amor dele, e Rosa, a "mãe" dela faz-nos tremer só com as palavras.
Para quem ler o livro e ver o filme, vai notar óbvias alterações. Na verdade apenas a base dos dois é igual, de resto desenvolve-se de uma forma totalmente diferente. Mas não posso dizer que não gostei, na verdade gostei e muito. O final do filme tocou-me mais do que o do livro, mas gostei mais do desenvolvimento do livro, talvez tenho excluído partes dele para o filme não ficar muito longe ou para não o dividirem, mas quem leu o livro provavelmente vai sentir que faltam partes.
Eu literalmente acabei o livro com um aperto no coração que só aumentou com o filme.
Leiam o livro e digam-me se sentiram como eu.

Quotes/Melhores Momentos:
  • «Eis um pequeno facto. Vocês vão morrer.» (Página 11)
  • «Ali estava - um livro preto com palavras prateadas escritas contra o tecto das suas roupas. A rapariga que roubava livros atacara pela primeira vez - o início de uma carreira ilustre.» (Página 30)
  • «A única coisa pior do que um rapaz que nos odeia: Um rapaz que nos ama.» (Página 48)
  • «Ele era o maluco que se pintara de preto e derrotara o mundo. Ela era a rapariga que roubava livros mas não tinha palavras.» (Página 72)
  • «Como a maior parte das desgraças, começou com uma felicidade aparente» (Página 76)
  • «Labaredas e livros incendiados eram aclamados como heróis.» (Página 100)
  • «À vossa esquerda, talvez à vossa direita, talvez mesmo em frente, encontrarão uma pequena sala escura. Nela está sentado um judeu. Ele é escumalha. Ele está faminto. Ele está com medo. (...) Os olhos dele não fizeram nada do que é normalmente descrito como choque. Nem dardejar, nem estremecer, nem surpresa. Tais coisas acontecem quando se acorda de um sonho mau, não quando se acorda para um.» (Página 123)
  • «Em finais de Outubro de 1941 tornou-se oficial. Nessa noite, Liesel Meminger tornou-se realmente a rapariga que roubava livros.» (Página 253)
  • «Rudy Steiner tinha medo do beijo da rapariga que roubava livros. Devia tê-lo desejado tanto. Devia tê-la amado tão tremendamente. Tão tremendamente que nunca mais voltaria a pedir-lhe os lábios e iria para a cova sem eles.» (Página 262)
  • Discurso da morte: «Uma pequena verdade: Eu não trago nem foice nem gadanha. Só uso uma capa preta com capuz quando está frio. E não tenho essas feições tipo caveira que vocês parecem gostar de me atribuir à distância. Querem saber qual é realmente o meu aspecto? Eu ajudo-os a descobrir. Vão buscar um espelho enquanto eu prossigo.» (Página 265)
  • «O que faz duas semanas. Duas semanas para mudar o mundo, e catorze dias para o destruir.» (Página 330)
  • «Estou sempre a encontrar humanos no seu melhor e no seu pior. Vejo a sua fealdade e a sua beleza, e pergunto-me como pode a mesma coisa ser ambas. Ainda assim, eles têm uma coisa que eu invejo. Os humanos, quanto mais não seja, têm o bom senso de morrer.» (Página 413)
  • «Talvez fosse a súbita pancada de amor que sentia por ele. Ou tê-lo-ia amado sempre? É provável. Impossibilitada de falar, desejou que ele a beijasse. Desejou que ele lhe pegasse na mãe e a puxasse para si.» (Página 435)
  • «Passaram-se muitos anos desde tudo aquilo, mas continuava a haver imenso trabalho. Garanto-lhes que o mundo é uma fábrica. O sol coze-o, os humanos governam-no. E eu permaneço. Eu levo-os comigo.» (Página 457)
  • «Uma nota final do vosso narrado: A visão dos humanos persegue-me.» (Página 462)
Trailer da adaptação do livro para cinema:


Quotes/Melhores Momentos do filme:
  • «Se os teus olhos pudessem falar, o que é que eles diriam?»
  • «Quando a vida te rouba, às vezes tens de roubar de volta.»
  • «Era uma vez uma menina, que tinha um amigo que vivia nas sombras. (...) Ela lembrava-lhe a sensação do sol ao tocar a pele, ou de como se sentia ao respirar. E isso lembrava-a que ainda estava viva.»
  • «Tudo o que aprendi é que a vida não faz promessas.»
  • «Ele viveu debaixo das nossas escadas como uma coruja sem assas, até que o sol esqueceu a sua cara.»
  • «Na minha profissão eu vejo sempre o que as pessoas tem de melhor e de pior. A sua beleza e a sua feiura. E pergunto-me sempre como é que podem ser a mesma coisa.»
  • «Eu queria dizer à alma da rapariga que roubava livros que a sua vida foi uma das poucas que me fez imaginar como seria viver. Mas no final não houve palavras, só paz.»
  • «A única verdade que sei, é que humanos assombram-me.»


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